Rádio Nação Ruralista

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

É PROÍBIDO MORRER EM PRINCESA: Com coveiro em greve, população enterra os próprios defuntos em Princesa Isabel

Sem coveiro no cemitério público Campo Santo, por conta do atraso no pagamento dos salários, moradores de Princesa Isabel são obrigados a cavar, com as próprias mãos, a cova dos parentes.

A denúncia foi feita pelo vereador Irismar Mangueira (PC do B). Segundo ele, na última segunda-feira (20), a família teve que abrir a cova do servidor público municipal João Rodrigues Neto, 56, que morreu no domingo (19), vítima de complicações pulmonares, e foi sepultado na manhã de terça-feira.

“Só acreditei porque testemunhei. Fui ao cemitério e vi parentes e pessoas impactadas com a situação cavando a cova. João Estaquilino [cunhado] e Cláudio Lucas [genro] fizeram as vezes do coveiro, com o auxílio voluntário de Erivan Caetano e César Aires. Tirei fotos. É um descaso geral da Prefeitura”, afirmou.

Segundo Irismar, “o sepultamento de pessoas feito pelos próprios familiares é algo anormal, uma coisa assombrosa que acontece pela primeira vez em Princesa Isabel, uma vez que a Prefeitura não paga há três meses o salário do coveiro Daniel Cardoso”.

“O mototaxista Juraci José da Silva, cunhado do falecido,contou o ocorrido pra nós enquanto cuidava do funeral, e, pra se ter uma ideia do drama vivido pela família, revelou que o servidor lotado na Infraestrutura morreu com o salário atrasado, justatamente quando mais necessitava do vencimento, por causa da grave doença que o acometeu, chegando a falecer”, relatou Irismar.


“Superlotado, sem cuidados, o cemitério não tem nada, tá completamente abandonado pela administração municipal. Do jeito que vai, será inevitável fechá-lo para novos sepultamentos. Aqui, tá proibido morrer. Nem morrer é remédio”, finalizou o parlamentar.

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