JUAZEIRINHO - Em novembro/2013,(antigo Juazeiro) hoje
Juazeirinho, compleou 100 anos da sua fundação. Alguns historiadores,em 1983,
publicaram uma espécie de coletânea sobre Juazeirinho e não é fácil este ofício
sem a colaboração de pessoas nascidas na cidade e que se prestaram a fornecer
dados reais sobre a criação de um núcleo residencial que de povoado passou a
Vila, distrito e depois se emancipou e tornou-se independente ao atingir a sua
maioridade.
A fazenda “Juazeiro”, de propriedade de Henrique Ferreira
Barros, um dos fundadores e outra de Carlos Francisco da Cunha, serviu de marco
inicial para o povoamento do lugar. Além das poucas propriedades existentes, o
resto eram terras devolutas, que, pouco a pouco foram habitadas por colonos que
fixaram residência, trazendo suas famílias, seus hábitos e seus costumes.
Inicialmente formou-se um pouso de tropeiros, onde se
abrigavam em suas idas e vindas entre o Sertão e Campina Grande, tornando-se
parada obrigatória. Ali, aconteceram as primeiras transações comerciais, em
barracas improvisadas.
José Felismino da Costa Nogueira era proprietário da fazenda
“Aroeira”, onde comercializava gêneros alimentícios e produtos farmacêuticos e
Henrique de Barros era proprietário de grande parte das terras onde está
situado o centro urbano.
Os dois idealizaram uma feira na propriedade de Henrique de
Barros que além de dispor de água, era cortada pela estrada usada pelos que
vinham do Sertão para Campina Grande.
Incorporaram-se a essa iniciativa os colonos: José Batista
de Azevedo, proprietário da fazenda Boa Ventura, PedroFerreira de Barros,
agricultor, Manuel Vital Filho, comerciante ambulante, Avelino José,
pedreiro/carpinteiro, construtor da maioria das casas, João Cunha Bueno,
fazendeiro.
Fez um requerimento ao coronel Claudino Alves da Nóbrega,
então Prefeito de Soledade que autorizou a feira, sendo escolhido o dia de
terça-feira, por ser a de Soledade, às Segundas-feiras.
No dia 4 de novembro de 1913, realizou-se a primeira feira
que prosperou rapidamente. Joazeiro passou a ser ponto de parada obrigatória,
transformando-se num importante entreposto de comércio, onde despontavam nas
transações de gado, algodão e gêneros alimentícios.
As duas primeiras décadas caracterizavam—se pelo progresso,
graças ao esforço dos seus fundadores. No dia 24 de dezembro de 1914, foi
celebrada a primeira missa pelo padre José Betâmio, sendo iniciada uma campanha
para a construção da Igreja, iniciada no mesmo ano econcluída entre 1915 e
1916, tendo São José como Padroeiro. Em 1918 Manoel Ferreira de Barrosadquiriu
o primeiro Ônibus fazendo a linha Juazeiro-Campina Grande.
Os serviços dos Correios e Telégrafos chegaram em 1920,
sendo a primeira telegrafista, Izabel Fernandes Benevides. Posteriormente, a
sua irmã Enedina foia primeira agente dos Correios. Os primeiros professores
foram Josefa Ouriques de Vasconcelos e Quintino Lino dos Santos.
Em face do progresso que se apresentava, criou-se uma
rivalidade política entre Soledade e Juazeiro, tendo como inimigo ferrenho o
Coronel Claudino. Naquela época o Juiz de Direito da Comarca era o Dr. José
Demétrio e por motivos políticos e pessoais, o Coronel Claudino lutou com o seu
prestígio até que fosse removido o magistrado para outra Comarca, o que de fato
aconteceu. Joazeiro ficou Sede do município por pouco tempo. Tendo um Decreto
Estadual voltado à sede do município para Soledade, e mudado o nome de Juazeiro
para Juazeirinho.
Um fato inusitado aconteceu por motivos políticos: Na gestão
do prefeito nomeado Francisco Correia de Queiroz (1939 a 1944) foi colocado em
um pedestal na Praça da Prefeitura Municipal um busto em homenagem a Argemiro
de Figueiredo e na calada noite foi derrubadaà marreta por um grupo de pessoas
e arrastado estrada a forana rodovia que ligava joazeiro a Soledade.
Comentou-se na época que havia partido do Coronel Claudino em represália ao
povo de juazeiro.
A população de Juazeirinho ansiava pela sua emancipação
política e foi iniciada uma campanha neste sentido.
O jornalista do Diário de Pernambuco, J. QUEIROZ fez várias
matérias sobre o assunto, mostrando que Juazeirinho tinha todos os requisitos
necessários para tornar-se in dependente. De autoria do Deputado Luiz
Bronzeado. Foi aprovado por unanimidadepela Assembleia Legislativa do Estado o
Projeto da criação do Município de Juazeirinho, e sancionada na gestão do
Governador do Estado Dr. Flávio Ribeiro Coutinho.
Em outubro de 1957, o Governador do Estado assinou oDecreto
que nomeava como Prefeito do Município de Juazeirinho o Sr. Joventino Batista
de Azevedo.
A sua posse foi um verdadeiro deslumbramento por parte da
população local e cidades próximas, que vieram prestigiar o ato. Representando
o Governador do Estado, esteve presente o Dr. Luiz Bronzeado que era Secretário
do Governo do Estado e deu posse ao Prefeito Joventino Batista. Em seguida foi
lida pelo Secretário do Prefeito Sr. Geraldo Vital a Ata de Posse, seguindo-se
a palavra de vários oradores inscritospara saudar o Prefeito e demais
autoridades presentes.
Inicialmente, Joventino fez a composição dos seus auxiliares
da seguinte forma: Secretário do Prefeito Sr. Geraldo Vital, Tesoureira Sra.
Zalita Matias, Escriturária Marizete Guedes e outros auxiliares para o serviço
de limpeza urbana, e fiscalização de feiras e cobrança de impostos.
Com os parcos recursos de que dispunha, Joventino determinou
ao Secretáriotodas as providências para aquisição de móveis para gabinete do
Prefeito, Tesouraria, Secretaria e outras dependências, bem como divisórias,
sala de recepção e complementação com obras de Sanitários, Copa e outros.
O Secretário Sr. Geraldo Vital foi enviado a João Pessoa para
um curso intensivo promovido pela Fundação Getúlio Vargas para se aprimorar em
contabilidade pública e serviços fazendários, que obteve êxito com sua
colocação em segundo lugar pelos méritos.
Em 1958, a oposição começou uma campanha sórdida para
destituir o Prefeito Joventino, oferecendo cargo público ao Secretário Geraldo
Vital com nomeação no Estado e a Joventino ninguém sabe o conteúdo. Era e
barganha pelo poder. Com o diziaFrei Beto: O poder reduz a distância entre o
desejável e o possível. Quanto maior o poder, menor àdistância.
Em 1959, realizou-se a primeira eleição municipal. Do lado
da situação o candidato Severino Marinheiro e pela oposição o Dr. Genival
Matias. A situação foi vencedora do pleito com uma maioria de 109 votos.
Juazeirinho viveu seu eldorado nas décadas de 1950 e 1960.
As atividades econômicasgiravam em torno do movimento rodoviário de ônibus que
ligava Recife-Fortaleza- Campina Grande ao Sertão-Patos e Cajazeiras pela
viação Gaivota, Patos Campina-Grande – Taperoá-Campina Grande- Caicó-
RN/Campina Grande além do transporte de algodão beneficiado que procedia do
sertão a Campina Grande em caminhões.
Também de Juazeirinho-Campina Grande. Naquela época,
Juazeirinho mantinha quatro usinas de beneficiamento de algodão da safra da
região. Com a construção da via férrea a cargo da Construtora Camillo
CollierLtda, que ligou Campina Grande-Patos,a economia cresceu
consideravelmente em todo tipo de comércio.
Com a construção da ferrovia ligando Campina grande-Patos.
Foi instalado um escritório do antigo Departamento Nacional de Estradas de
Ferro (DNEF) desativado, que funcionava como Órgão Fiscalizadore teve como
primeiro Chefe o Engenheiro Dr. José Luiz Cantarellee seus auxiliares diretos,
como podemos citar Antônio Rogério Freire que era Auxiliar de Engenheiro e
demais pessoas que atuavam nos serviços de topografia, como locação e
nivelamento para a colocação dos trilhos. Posteriormente foi substituído pelo
Engenheiro Paulo Segundo da Costa, depois Dr. Walter e também Dr. João
Guimarães.
Este escritório funcionou em casa velha de propriedade de
Joventino Batista que foi totalmente reformada e adaptada para residência
eficava na mesma praça onde hoje é a Prefeitura. Naquela época o sistema
telefônico era precário, telefone com fio que ligava Campina
Grande/Soledade/Juazeirinho/ Salgadinho e finalmente Patos sob a
responsabilidade do DNOCS.
Em face da rodovia ainda não pavimentada, Juazeirinho era
ponto de parada obrigatória em face das distâncias e dos horários. Ou parava
para almoço, ou lanches rápidos, onde o JOAZEIRO HOTELdo conhecido Joca do
Hoteloferecia a famosa carne de sol ou o HOTEL PEREIRA do Sr. Francisco Máximo,
onde oferecia a famosagalinha caipira e outras iguarias da culinária da região,
sem deixar de lembrar-se do famosoBAR E CHURRASCOde João Vital que oferecia o
famoso filé a cavalo muito conhecido pelos frequentadores da cidade como do
pessoal em trânsito.
“A Firma comercial A.ALVES & CIA”com vendas de Pneus era
a mola mestra da arrecadação do município. O comércio de tecidosmiudezas e
calçados era feitotambém em várias cidades próximas pelos conhecidos“mascates”
que visitavam Soledade, Taperoá, Junco, Equador, entre outras.
Este tipo de comércio era feito em um caminhão adaptado com
três divisões para os passageiros e denominava-se MISTO cujo proprietário era
conhecido como JOÃO CHICO e na parte que restava da carroceria arrumavam-se as
malas de madeira com todo tipo de mercadoria que se possa pensar, tecido
miudeza, ferragem, sapato ou qualquer outro tipo de mercadoria de pronta
entrega. Muitos outros passageiros ficavam acomodados em cima destas malas e
assim era a luta dos mascates.
Além deste caminhão denominado Misto, tinha ainda um veículo
com a mesma finalidade de mascateação. Era um caminhão Cabina de Aço como se
chamava na época cujos proprietários eram: MANOEL IRINEU eESMERINO
FALCÃOquetinha os seguintes dizeres no PARACHOQUE: “DOIS AMIGOS” e
estescomercializavam commiudezas e era quem dominavam o mercado. No ramo de
tecidos podemos afirmar que quem dominava o mercado era ELOY ARAÚJO, CÂNDIDO
ALVES, JOÃO CAPITULINO, CHIQUINHOZELO, JOQUINHA ZELO e muitos outros
comerciantes que operavam naquele tipo de comércio ambulante sem deixar de
citar ANTONIO COLAÇO, DEUSDEDETH ZELO no setor calçadista.
A vida socialdurante este período era das mais movimentadas
e não faltavam comemorações, como Carnaval, SãoJoão, torneios esportivos, festa
do padroeiro, festejos natalinos sob a orientação e organização do Sr. João
Vital, que sempre esteve à frente das comemorações com os seus auxiliares
costumeiros e devotados. Foi assim durante toda a sua vida.
PERSONALIDADS E FILHOS ILUSTRES
Genival Matias, Juiz Federal em Recife-Pe; João Marinheiro,
médico analista, exercendo suas funções em Campina Grande; Arthur Ferreira
Tavares, médico, exercendo suas funções em Patos; Antônio Marinheiro, médico,
exercendo suas funções em Campina Grande; Onofre Barros Juiz de Direito no
Recife-Pe; Aurea Luz Maciel, Odontóloga exercendo suas funções em João
Pessoa-Pb João Vital Guedes, comerciante em Juazeirinho e propulsor do
progresso no municípioe sempre foi diretor-organizador de várias festividades;
Severino Nogueira, aviador, e proprietário de um pequeno avião, que foi
importado dos Estados Unidos e que ele mesmo montou a referida aeronave da
marca “CONDOR” em Boa Viagem-Recife e efetuou um voo que partiu de Campina
Grande ao Rio de Janeiro e que foi objeto de notícias nos principais jornais do
Brasil e dos EUA.
Dono de empresa de ônibus, depois fazendeiro no estado da
Bahia; Antônio Guedes, primeiro escrivão de cartório de Juazeirinho; José
Maciel Malheiro comerciante do ramo de peças de automóveis; Severino Marinheiro
foi o primeiro prefeito eleito depois da emancipação do município, fazendeiro e
pecuarista; Delgidio Gomes primeiro presidente do Juazeiro Clube; José
Felismino, farmacêutico e proprietário de usina de beneficiamento de algodão;
Manuel Vital, comerciante. Vicência Maria da Conceição, Parteira leiga que
ajudou nascer mais de 5.000 pessoas.
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