Rádio Nação Ruralista

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Centenário de Juazeirinho

JUAZEIRINHO - Em novembro/2013,(antigo Juazeiro) hoje Juazeirinho, compleou 100 anos da sua fundação. Alguns historiadores,em 1983, publicaram uma espécie de coletânea sobre Juazeirinho e não é fácil este ofício sem a colaboração de pessoas nascidas na cidade e que se prestaram a fornecer dados reais sobre a criação de um núcleo residencial que de povoado passou a Vila, distrito e depois se emancipou e tornou-se independente ao atingir a sua maioridade.



A fazenda “Juazeiro”, de propriedade de Henrique Ferreira Barros, um dos fundadores e outra de Carlos Francisco da Cunha, serviu de marco inicial para o povoamento do lugar. Além das poucas propriedades existentes, o resto eram terras devolutas, que, pouco a pouco foram habitadas por colonos que fixaram residência, trazendo suas famílias, seus hábitos e seus costumes.



Inicialmente formou-se um pouso de tropeiros, onde se abrigavam em suas idas e vindas entre o Sertão e Campina Grande, tornando-se parada obrigatória. Ali, aconteceram as primeiras transações comerciais, em barracas improvisadas.



José Felismino da Costa Nogueira era proprietário da fazenda “Aroeira”, onde comercializava gêneros alimentícios e produtos farmacêuticos e Henrique de Barros era proprietário de grande parte das terras onde está situado o centro urbano.



Os dois idealizaram uma feira na propriedade de Henrique de Barros que além de dispor de água, era cortada pela estrada usada pelos que vinham do Sertão para Campina Grande.



Incorporaram-se a essa iniciativa os colonos: José Batista de Azevedo, proprietário da fazenda Boa Ventura, PedroFerreira de Barros, agricultor, Manuel Vital Filho, comerciante ambulante, Avelino José, pedreiro/carpinteiro, construtor da maioria das casas, João Cunha Bueno, fazendeiro.



Fez um requerimento ao coronel Claudino Alves da Nóbrega, então Prefeito de Soledade que autorizou a feira, sendo escolhido o dia de terça-feira, por ser a de Soledade, às Segundas-feiras.



No dia 4 de novembro de 1913, realizou-se a primeira feira que prosperou rapidamente. Joazeiro passou a ser ponto de parada obrigatória, transformando-se num importante entreposto de comércio, onde despontavam nas transações de gado, algodão e gêneros alimentícios.



As duas primeiras décadas caracterizavam—se pelo progresso, graças ao esforço dos seus fundadores. No dia 24 de dezembro de 1914, foi celebrada a primeira missa pelo padre José Betâmio, sendo iniciada uma campanha para a construção da Igreja, iniciada no mesmo ano econcluída entre 1915 e 1916, tendo São José como Padroeiro. Em 1918 Manoel Ferreira de Barrosadquiriu o primeiro Ônibus fazendo a linha Juazeiro-Campina Grande.



Os serviços dos Correios e Telégrafos chegaram em 1920, sendo a primeira telegrafista, Izabel Fernandes Benevides. Posteriormente, a sua irmã Enedina foia primeira agente dos Correios. Os primeiros professores foram Josefa Ouriques de Vasconcelos e Quintino Lino dos Santos.



Em face do progresso que se apresentava, criou-se uma rivalidade política entre Soledade e Juazeiro, tendo como inimigo ferrenho o Coronel Claudino. Naquela época o Juiz de Direito da Comarca era o Dr. José Demétrio e por motivos políticos e pessoais, o Coronel Claudino lutou com o seu prestígio até que fosse removido o magistrado para outra Comarca, o que de fato aconteceu. Joazeiro ficou Sede do município por pouco tempo. Tendo um Decreto Estadual voltado à sede do município para Soledade, e mudado o nome de Juazeiro para Juazeirinho.



Um fato inusitado aconteceu por motivos políticos: Na gestão do prefeito nomeado Francisco Correia de Queiroz (1939 a 1944) foi colocado em um pedestal na Praça da Prefeitura Municipal um busto em homenagem a Argemiro de Figueiredo e na calada noite foi derrubadaà marreta por um grupo de pessoas e arrastado estrada a forana rodovia que ligava joazeiro a Soledade. Comentou-se na época que havia partido do Coronel Claudino em represália ao povo de juazeiro.



A população de Juazeirinho ansiava pela sua emancipação política e foi iniciada uma campanha neste sentido.



O jornalista do Diário de Pernambuco, J. QUEIROZ fez várias matérias sobre o assunto, mostrando que Juazeirinho tinha todos os requisitos necessários para tornar-se in dependente. De autoria do Deputado Luiz Bronzeado. Foi aprovado por unanimidadepela Assembleia Legislativa do Estado o Projeto da criação do Município de Juazeirinho, e sancionada na gestão do Governador do Estado Dr. Flávio Ribeiro Coutinho.



Em outubro de 1957, o Governador do Estado assinou oDecreto que nomeava como Prefeito do Município de Juazeirinho o Sr. Joventino Batista de Azevedo.



A sua posse foi um verdadeiro deslumbramento por parte da população local e cidades próximas, que vieram prestigiar o ato. Representando o Governador do Estado, esteve presente o Dr. Luiz Bronzeado que era Secretário do Governo do Estado e deu posse ao Prefeito Joventino Batista. Em seguida foi lida pelo Secretário do Prefeito Sr. Geraldo Vital a Ata de Posse, seguindo-se a palavra de vários oradores inscritospara saudar o Prefeito e demais autoridades presentes.



Inicialmente, Joventino fez a composição dos seus auxiliares da seguinte forma: Secretário do Prefeito Sr. Geraldo Vital, Tesoureira Sra. Zalita Matias, Escriturária Marizete Guedes e outros auxiliares para o serviço de limpeza urbana, e fiscalização de feiras e cobrança de impostos.



Com os parcos recursos de que dispunha, Joventino determinou ao Secretáriotodas as providências para aquisição de móveis para gabinete do Prefeito, Tesouraria, Secretaria e outras dependências, bem como divisórias, sala de recepção e complementação com obras de Sanitários, Copa e outros.



O Secretário Sr. Geraldo Vital foi enviado a João Pessoa para um curso intensivo promovido pela Fundação Getúlio Vargas para se aprimorar em contabilidade pública e serviços fazendários, que obteve êxito com sua colocação em segundo lugar pelos méritos.



Em 1958, a oposição começou uma campanha sórdida para destituir o Prefeito Joventino, oferecendo cargo público ao Secretário Geraldo Vital com nomeação no Estado e a Joventino ninguém sabe o conteúdo. Era e barganha pelo poder. Com o diziaFrei Beto: O poder reduz a distância entre o desejável e o possível. Quanto maior o poder, menor àdistância.



Em 1959, realizou-se a primeira eleição municipal. Do lado da situação o candidato Severino Marinheiro e pela oposição o Dr. Genival Matias. A situação foi vencedora do pleito com uma maioria de 109 votos.



Juazeirinho viveu seu eldorado nas décadas de 1950 e 1960. As atividades econômicasgiravam em torno do movimento rodoviário de ônibus que ligava Recife-Fortaleza- Campina Grande ao Sertão-Patos e Cajazeiras pela viação Gaivota, Patos Campina-Grande – Taperoá-Campina Grande- Caicó- RN/Campina Grande além do transporte de algodão beneficiado que procedia do sertão a Campina Grande em caminhões.



Também de Juazeirinho-Campina Grande. Naquela época, Juazeirinho mantinha quatro usinas de beneficiamento de algodão da safra da região. Com a construção da via férrea a cargo da Construtora Camillo CollierLtda, que ligou Campina Grande-Patos,a economia cresceu consideravelmente em todo tipo de comércio.



Com a construção da ferrovia ligando Campina grande-Patos. Foi instalado um escritório do antigo Departamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF) desativado, que funcionava como Órgão Fiscalizadore teve como primeiro Chefe o Engenheiro Dr. José Luiz Cantarellee seus auxiliares diretos, como podemos citar Antônio Rogério Freire que era Auxiliar de Engenheiro e demais pessoas que atuavam nos serviços de topografia, como locação e nivelamento para a colocação dos trilhos. Posteriormente foi substituído pelo Engenheiro Paulo Segundo da Costa, depois Dr. Walter e também Dr. João Guimarães.



Este escritório funcionou em casa velha de propriedade de Joventino Batista que foi totalmente reformada e adaptada para residência eficava na mesma praça onde hoje é a Prefeitura. Naquela época o sistema telefônico era precário, telefone com fio que ligava Campina Grande/Soledade/Juazeirinho/ Salgadinho e finalmente Patos sob a responsabilidade do DNOCS.



Em face da rodovia ainda não pavimentada, Juazeirinho era ponto de parada obrigatória em face das distâncias e dos horários. Ou parava para almoço, ou lanches rápidos, onde o JOAZEIRO HOTELdo conhecido Joca do Hoteloferecia a famosa carne de sol ou o HOTEL PEREIRA do Sr. Francisco Máximo, onde oferecia a famosagalinha caipira e outras iguarias da culinária da região, sem deixar de lembrar-se do famosoBAR E CHURRASCOde João Vital que oferecia o famoso filé a cavalo muito conhecido pelos frequentadores da cidade como do pessoal em trânsito.



“A Firma comercial A.ALVES & CIA”com vendas de Pneus era a mola mestra da arrecadação do município. O comércio de tecidosmiudezas e calçados era feitotambém em várias cidades próximas pelos conhecidos“mascates” que visitavam Soledade, Taperoá, Junco, Equador, entre outras.



Este tipo de comércio era feito em um caminhão adaptado com três divisões para os passageiros e denominava-se MISTO cujo proprietário era conhecido como JOÃO CHICO e na parte que restava da carroceria arrumavam-se as malas de madeira com todo tipo de mercadoria que se possa pensar, tecido miudeza, ferragem, sapato ou qualquer outro tipo de mercadoria de pronta entrega. Muitos outros passageiros ficavam acomodados em cima destas malas e assim era a luta dos mascates.



Além deste caminhão denominado Misto, tinha ainda um veículo com a mesma finalidade de mascateação. Era um caminhão Cabina de Aço como se chamava na época cujos proprietários eram: MANOEL IRINEU eESMERINO FALCÃOquetinha os seguintes dizeres no PARACHOQUE: “DOIS AMIGOS” e estescomercializavam commiudezas e era quem dominavam o mercado. No ramo de tecidos podemos afirmar que quem dominava o mercado era ELOY ARAÚJO, CÂNDIDO ALVES, JOÃO CAPITULINO, CHIQUINHOZELO, JOQUINHA ZELO e muitos outros comerciantes que operavam naquele tipo de comércio ambulante sem deixar de citar ANTONIO COLAÇO, DEUSDEDETH ZELO no setor calçadista.



A vida socialdurante este período era das mais movimentadas e não faltavam comemorações, como Carnaval, SãoJoão, torneios esportivos, festa do padroeiro, festejos natalinos sob a orientação e organização do Sr. João Vital, que sempre esteve à frente das comemorações com os seus auxiliares costumeiros e devotados. Foi assim durante toda a sua vida.



PERSONALIDADS E FILHOS ILUSTRES



Genival Matias, Juiz Federal em Recife-Pe; João Marinheiro, médico analista, exercendo suas funções em Campina Grande; Arthur Ferreira Tavares, médico, exercendo suas funções em Patos; Antônio Marinheiro, médico, exercendo suas funções em Campina Grande; Onofre Barros Juiz de Direito no Recife-Pe; Aurea Luz Maciel, Odontóloga exercendo suas funções em João Pessoa-Pb João Vital Guedes, comerciante em Juazeirinho e propulsor do progresso no municípioe sempre foi diretor-organizador de várias festividades; Severino Nogueira, aviador, e proprietário de um pequeno avião, que foi importado dos Estados Unidos e que ele mesmo montou a referida aeronave da marca “CONDOR” em Boa Viagem-Recife e efetuou um voo que partiu de Campina Grande ao Rio de Janeiro e que foi objeto de notícias nos principais jornais do Brasil e dos EUA.




Dono de empresa de ônibus, depois fazendeiro no estado da Bahia; Antônio Guedes, primeiro escrivão de cartório de Juazeirinho; José Maciel Malheiro comerciante do ramo de peças de automóveis; Severino Marinheiro foi o primeiro prefeito eleito depois da emancipação do município, fazendeiro e pecuarista; Delgidio Gomes primeiro presidente do Juazeiro Clube; José Felismino, farmacêutico e proprietário de usina de beneficiamento de algodão; Manuel Vital, comerciante. Vicência Maria da Conceição, Parteira leiga que ajudou nascer mais de 5.000 pessoas.

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