Liberado defensivo agrícola contra cochonilha do carmim
Inseticida criado pela Milenia aguarda registro pelo Mapa
A
palma forrageira é hoje uma das principais alternativas para o setor
agropecuário da região semiárida brasileira. A cactácea é a base
alimentar para a produção da pecuária, sendo largamente utilizada tanto
para a manutenção dos rebanhos bem como na produção leiteira. E o
Sistema FAEPA/SENAR-PB, consciente do potencial desta cactácea, vem
trabalhando, desde 2005, para disseminar as propriedades da palma, assim
como buscar as informações e tecnologias mais atualizadas para tornar
esta cultura cada vez mais produtiva e rentável.
Sua
utilização cresceu significativamente nos últimos seis anos,
especialmente após a introdução da nova metodologia de cultivo adensado
pelo Sistema FAEPA/SENAR-PB, que trabalhou na capacitação dos produtores
e trabalhadores rurais, utilizando unidades demonstrativas com produtividade de 10 a 12 vezes maior que o sistema tradicional. Mas
foi após o VI Congresso Internacional de Palma e Cochonilha, realizado
em João Pessoa, que a cultura ganhou visibilidade. “O congresso foi um
divisor de águas. Os produtores rurais, técnicos, pesquisadores e
estudantes puderam conhecer com profundidade as características e formas
de utilização da palma, confirmando sua importância como a alternativa
mais viável para o semiárido brasileiro”, afirmou o presidente do
Sistema FAEPA/SENAR-PB, Mário Borba.
Nos anos seguintes, o cultivo da palma ganhou força e o número de campos cresceu visivelmente. Porém,
juntamente com este crescimento, surgiu também uma ameaça: a Cochonilha
do Carmim. Pequeno inseto, que mede de 2 a 5 milímetros, se alimenta da seiva dos cactos e que já destruiu mais de 50% da área plantada na
Paraíba e outros estados do Nordeste, forçando diversos produtores a
vender seus rebanhos e utilizar produtos não registados numa tentativa
desesperada de salvar seus campos.
Com
intenção de salvar a cultura apelidada pelos produtores do nordeste
como “Ouro Verde” e evitar prejuízos para o produtor e o meio ambiente, o
presidente Mário Borba, vem buscando meios de convivência e combate à
praga, por meio de contatos com empresas agroquímicas e incentivo à
pesquisa. “São 4 anos e meio conversando com empresas como a Milenia na
tentativa de registrar um inseticida para a palma. Além do contato com
empresas de pesquisa na busca de um inimigo biológico da cochonilha e o
desenvolvimento de variedades resistentes. Não podemos perder a palma
para este inseto”, disse Borba.
Temos
hoje, graças a vários estudos e pesquisas e ao esforço de diversas
instituições públicas e privadas, diferentes opções de controle e
convivência com a praga: variedades de palma resistente à cochonilha, um
defensivo agrícola liberado, aguardando apenas pelo registro junto ao
Ministério da Agricultura e um projeto de pesquisa para encontrar e
multiplicar o inimigo natural do inseto da cochonilha.
Aprovado
em agosto de 2012 pelo Mapa, o inseticida para palma forrageira
consiste em uma solução real e emergencial para controlar a praga, pela
qual o presidente da FAEPA trabalhou muito nos últimos anos. O produto
de nome comercial Galil SC foi elaborado pela Milenia Agrociências e
aguarda apenas o registro estadual e publicação da liberação de uso no
Diário Oficial da União para início da distribuição e uso no estado.
Após
o registro está previsto o lançamento oficial do produto na Paraíba
pela Milenia em parceria com o Sistema FAEPA/SENAR-PB. O Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural da Paraíba (SENAR-PB) está em
entendimento com a empresa a fim de promover eventos para orientar os
produtores na aplicação do inseticida.
Para
Mário Borba, o registro de um defensivo para palma é uma vitória para a
Paraíba. “A devastação pela cochonilha trouxe grandes prejuízos para
todo o estado. Com o problema controlado, temos certeza que a
produtividade vai voltar a crescer e o setor rural se desenvolver cada
vez mais”, afirmou.
Outra
alternativa no combate à cochonilha do carmim é a utilização de
variedades resistentes da palma, como a espécie conhecida como orelha de
elefante, de origem mexicana e também cultivada na Bahia e a cultivar
Palmepa PB 1, desenvolvida pela Embrapa e Emepa.
Trabalhos
de disseminação e multiplicação de sementes resistentes estão
acontecendo em vários municípios do sertão paraibano, como Catolé do
Rocha, Patos, Catingueira e Aparecida. Incentivados pelo Sistema
FAEPA/SENAR-PB, instituições de ensino e produtores rurais estão
utilizando a espécie orelha de elefante, alcançando ótimos índices de
produtividade e mostrando que, ao contrário do que se acreditava, a
palma também cresce e serve como produto gerador de renda no sertão e no
alto sertão.
Além
da pesquisa com variedades resistentes, o presidente Mário Borba também
está em contato com uma empresa que atua na área de desenvolvimento de
produtos biológicos na tentativa de encontrar e multiplicar o inimigo
natural da cochonilha do carmim para controle biológico da praga. A
previsão é que nos próximos dois anos o agente biológico seja
apresentado aos produtores rurais. “O desenvolvimento de um projeto de
pesquisa nesta área tem um custo alto e será necessária a articulação de
parcerias para angariar os recursos demandados, mas eu garanto que a
FAEPA não medirá esforços para encontrar parceiros que ajudem na
conclusão desta pesquisa”, afirmou Mário Borba, reforçando seu
comprometimento com os produtores rurais. “O que queremos é dar
condições para que o produtor continue produzindo e permaneça no campo,
gerando renda e fortalecendo o setor agropecuário da Paraíba”, afirmou.
Milenia Agrociência
- Líder no segmento de agroquímicos genéricos e a 8ª maior companhia do
setor no país, a empresa possui, atualmente, cerca de 500
colaboradores, duas unidades industriais, sendo uma em Taquari, no Rio
Grande do Sul e a outra em Londrina, no Paraná e 8 Regionais de Vendas,
que atendem produtores no Brasil e no exterior. A companhia faz parte do
grupo israelense Makhteshim Agan, presente em mais de 100 países.
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